Há três anos e alguns meses, meu pai me escreveu o texto abaixo.
Quarta-feira, 06 de abril de 2011, 0h51
De: Alvaro Para: Gabi
Gabi,
dá vontade de chorar, às vezes, quando penso que vou ter um neto…. Não caiu a ficha ainda, nem sei dizer, não sei palavras, razão, não sei dizer nada… absolutamente nada! As pessoas falam que é bom ter neto et cetera, mas não sei não, não sei o que elas querem dizer… não sei nada, só sei que é uma coisa boa, parece meio como se eu estivesse “grávido”, grávido do futuro, embora esse futuro não me pertença, embora eu seja o passado…
e assim vou na madrugada de ficar no instante de um samba, da contemplação da lua mais perto, do horizonte de apertarmos olhos, de ficar assim miúdo como estou aqui agora, tão ínfimo, tentando palavras e o mais que possível de estender a vida…
Seu pai
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Há três anos e pouco ele exerce a função de avô. Dia desses encontrei esse texto e resolvi perguntar: Pai, agora você já sabe o que as pessoas queriam dizer quando falavam que é bom ter neto?! Clique e continue lendo!
Nós pais sempre queremos que nossos filhos sejam bons em tudo, principalmente no quesito desenvolvimento. Queremos que eles engatinhem aos 6 meses de idade, que comecem a andar aos 8, a falar antes do filho da vizinha, a parar de usar fraldas aos 2 anos (mas se parar com 1 ano e meio, melhor ainda!), que ele conte até 29 com 1 ano, que escreva uma cartinha aos 3 anos, mas se escrever o primeiro nome já será o nosso orgulho, o garoto prodígio. Estamos sempre na expectativa de que nosso filho saiba fazer algo o mais rápido possível. Isso deve ter um nome, deve ser algum tipo de síndrome e eu não sei porque acontece. Sei que desde que o Benjamin ameaçou não dançar em sua primeira festa junina (leia AQUI) e eu percebi que a decepção ocuparia um pequeno espaço no meu coração, passei a não criar tanta expectativa, e, preferencialmente, não exigir tanto do desenvolvimento dele. Clique e continue lendo!
Já faz algum tempo que eu sentia vontade de entrevistar algumas mães que deixaram o trabalho fora para se dedicar mais à família. Esse era um desejo latente, queria descobrir os sentimentos que levam as mães a tomarem essa decisão. Isso porque eu não encontro em mim essa resposta, já que não me vejo parando de trabalhar para cuidar exclusivamente da família, embora quisesse ter mais tempo para isso. Dia desses postei o texto o que levam as mães pararem de trabalhar fora e aí surgiu a ideia: ao invés de entrevistas porque não depoimentos de mães com essa experiência? Selecionei a dedo e com muito carinho 4 mães. Todas com histórias e perfis bem diferentes, mas com uma coisa em comum: o amor! Quem estreia essa minissérie, é a Joceli, 39 anos, mãe de Julia, 9, e Diego.
Joceli e sua família (linda!)
Quando minha primeira filha nasceu, a empresa em que eu trabalhava faliu, então fiquei com ela ate 1 ano, antes de voltar a trabalhar.Clique e continue lendo!
Há dois meses e uma semana penso nisso todos os dias: como perdemos tempo nessa vida. Há dois meses foi quando minha vida mudou para sempre. O dia que meu Ben nasceu. Eu posso dizer com propriedade: perdemos muito tempo nessa vida. A gente perde tempo sentindo medo, sofrendo por antecipação, pensando no que poderia ter sido. Perdemos tempo nos preocupando com coisas que não valem a pena, com bobagens, com o que vão falar de nós, pensando em como vamos dizer “não”, como será o amanhã, como será o natal, como vamos pagar aquela tão sonhada viagem. A gente perde muito tempo nessa vida – que é tão frágil e breve, para depois, no final das contas, dar-se conta que o mundo, apesar de transitório, está do mesmo jeito e que nada vai mudar por nossa causa. No final, o que vale na vida é o amor. Ele que transforma. Ele que te transforma. O amor que impulsiona. É o amor que embeleza a vida (e a alma). Clique e continue lendo!
Meu pai outro dia disse que sonhou com Benjamin fazendo bagunça em cima da mesa (sozinho) lá na casa de Campo Belo. Pena que meu Ben nunca vai conhecer essa casa de um jeito que ela já foi um dia…
“São muitos e milhões de jardins, e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu – constantes trazem recados. Você ainda não sabe. Sempre à beira do mais belo. Este é o Jardim da Evanira. Pode haver, no mesmo agora, outro, um grande jardim com meninas. Onde uma Meninazinha, banguelinha, brinca de se fazer Fada… Um dia você terá saudades… Vocês, então, saberão…” Guimarães Rosa
Peço permissão para pegar emprestado o título da coluna de Tiago Leifert, na sessão Diálogos, da revista GQ. Em seu texto ele fala que os jogadores de futebol, usam a religião para terceirizar a culpa. Ele diz que a maioria dos atletas agradecem a Deus, mas também o responsabilizam pela qualidade de suas habilidades.
Tiago fala sobre “atribuição”, um campo de estudo da psicologia. Explica: “é uma tentativa de entender o processo pelo qual uma pessoa explica um resultado de um acontecimento. Exemplo de uma atribuição interna, logo benéfica, e que fará a pessoa mudar seu comportamento numa próxima vez: “Fui mal na prova”. Por quê? “Porque eu não estudei”. Exemplo de uma atribuição externa, onde começa o problema: “Fui mal na prova porque meu professor ensina mal”. Essa pessoa terá problema para se motivar na próxima prova, pois acredita não fazer nada.
Resumindo: os atletas entram em campo achando que o fator externo, no caso, Deus, determina o resultado. O resultado sempre está atrelado à sorte ou ao azar do cara. Então fica assim: quando o atleta cobra uma falta que traz um resultado positivo, foi Deus que tocou na bola. E quando eles erram? Segundo Leifert, o problema está aí, quando erram, não querem assumir a responsabilidade. Ou seja, usam a religião para escapar da responsabilidade. Leifert se aprofunda e fala sobre um psicólogo alemão chamado Erich From que dizia que o humano tem medo da liberdade, porque quando você é livre, se torna responsável pelo resultado das suas ações e isso assusta. Clique e continue lendo!
Estar gestante é o melhor estado do mundo. Você se sente iluminada. As pessoas ao seu redor te enxergam assim. Isso acontece no trabalho, na rua, no metrô, em reuniões com pessoas que você nunca viu. Você se torna o ser mais especial do mundo. É todo mundo dizendo que você está linda, radiante, iluminada. E as pessoas não dizem para te agradar, de fato você se torna tudo isso e um pouco mais. É inexplicável dizer o que sinto. Mas eu tenho me sentido uma super herói, cheia de força e vitalidade. Toda vez me pego pensando: estou carregando um ser humano dentro de mim. Tem outro ser aqui dentro! Uma pessoinha!!! E como a Dani me disse bem no começo: “agora você tem que se cuidar, pois são dois corações batendo aí dentro”. Sim, são dois, um acelerado que parece bater mais rápido que o meu que agora vive apertado, mas batendo de tanta emoção. E isso dá tanta força. Eu já não penso mais em mim e sim nesse outro serzinho que cresce aqui. O jeito de ver a vida muda. Você passa a viver em estado de graça. E se dá conta de quanta coisa tem para apresentar a quem vai chegar, que pra você pode até ser tudo velho, mas que se tornará tudo novo, encanto, beleza, vida, luz, felicidade, sempre. Clique e continue lendo!
A vida com filhos realmente é uma surpresa todos os dias. Feita de fases, assim como a Lua. Num período você se vê com aquele pacotinho pequenino, precisando de cuidados básicos. Amamentação, troca de fraldas, coloca para arrotar, faz nana nenê. Meses depois, entramos com a papinha e logo o pequeno está explorando a casa, fazendo gracinhas. Começa a falar e que música para nossos ouvidos ouvir as primeiras palavras. Logo está na escola fazendo seus primeiros amigos, rabiscos, pintando fora e dentro do desenho, seguindo pontilhados.
Quando a gente já está acostumado, achando que a vida materna ficou monótoma, quem sabe um segundo filho agitaria um pouco mais (?!), vem seu filho e mostra que sua vida nunca mais será igual, seja ela com um, dois, três ou quatro filhos. Em toda parte que vai e encontra a letra do seu nome, ele repete sem cansar “B de Benjamin” ou a letra do nome do amigo “M de Murilo” e “também de mamãe”. Faz perguntas que você não sabe como responder e afirmações que você não sabe de onde tirou. Como pode? Se ele acabou de completar apenas 3 anos!!! Clique e continue lendo!
Cada um tem uma crença. Dizem que a tatuagem tem várias finalidades: prática demoníaca, ritual religioso, mudanças, identificação de criminosos, escravos e grupos sociais, modismo, rebeldia, homenagem e assim por diante. Li numa dessas andanças pela internet, que os chineses acreditavam que quem tinha alguma tatuagem no corpo, desviava todo o mal de si, transformando o desenho em labirintos falsos para confundir os olhos do inimigo.
Sempre quis escrever “mãe” em alguma parte do meu corpo, pela minha e por mim. Mas não sabia exatamente se fazia um desenho, a letra que usar e por isso nunca colocava a ideia em prática. Só depois que minha mãe se foi, decidi colocar a ideia em prática. Fiz uma tatuagem em homenagem à ela. De início, pensei num infinito com a palavra “mãe”. Cheguei até procurar estúdio e preços, até que fui pesquisar na internet e vi que o infinito era tipo uma praga que todo mundo pega.
Na mesma semana que estava certa da decisão da tatuagem, mas não do desenho, acordei de madrugada num impulso já sabendo o que faria. Ao acordar pela manhã, a primeira coisa que falei pro marido, foi a minha decisão. Faria uma coroa, no braço esquerdo, próximo ao coração, para que eu pudesse ver (já que a tatuagem que fiz para o Benjamin é nas costas e me arrependo muito por não ver) e beijar. A concepção que tenho de coroa, é de realeza, pessoa forte, firme, decida, poderosa. A cara da minha mãe. Decidido o desenho, faltava encontrar o tatuador certo. Clique e continue lendo!
Formada em jornalismo e se especializando em maternidade. Nesse blog, além de registrar o desenvolvimento dos meus filhos Benjamin (8 anos) e Stella (4), compartilho minhas experiências como mãe, jornalista e empreendedora.